Costumam surgir após abscessos anorretais e podem provocar secreção, dor e desconforto.
Fistulotomia
- Técnica mais tradicional e eficaz em fístulas simples, de baixo trajeto.
- Consiste em abrir o trajeto fistuloso, permitindo cicatrização de dentro para fora.
- Vantagem: altas taxas de cura.
- Limitação: risco de incontinência em fístulas que envolvem parte significativa do esfíncter.
Retalho Mucoso de Avanço
- Indicado para fístulas complexas, especialmente as que comprometem grande parte do esfíncter.
- Consiste em fechar o orifício interno com um retalho de tecido da própria mucosa.
- Vantagem: preserva a continência anal.
- Limitação: pode ter taxas de recidiva e requer maior experiência cirúrgica.
Seton
- Fio cirúrgico ou dreno colocado no trajeto da fístula.
- Pode ser frouxo, para manter a drenagem e evitar abscessos, ou cortante, usado de forma progressiva em alguns casos.
- Vantagem: útil em fístulas complexas e em casos de infecção ativa.
- Limitação: pode ser desconfortável e exigir múltiplos procedimentos.
LIFT (Ligation of Intersphincteric Fistula Tract)
- Técnica minimamente invasiva para fístulas transesfincterianas.
- O trajeto é identificado no espaço interesfincteriano e ligado/cortado.
- Vantagem: preserva o esfíncter, com menor risco de incontinência.
- Limitação: não indicada para todos os tipos de fístula.
Aplicação de Fibrina ou PRF
- Consiste no preenchimento do trajeto fistuloso com colas biológicas ou derivados de sangue autólogo.
- O PRF (Plasma Rico em Fibrina) utiliza fatores de crescimento para estimular a cicatrização.
Importante: no Brasil, o uso de PRF não possui aprovação da Anvisa para cirurgias coloproctológicas fora do âmbito da pesquisa científica.
Técnicas com Laser
- O laser pode ser utilizado para cauterizar o trajeto fistuloso (FiLaC – Fistula-tract Laser Closure).
- Vantagem: técnica minimamente invasiva, preserva o esfíncter.
- Limitação: a taxa de sucesso varia de acordo com o tamanho e a espessura do trajeto, bem como a relação do trajeto com a musculatura.
Técnicas Combinadas
- Algumas vezes, técnicas podem ser associadas para aumentar a chance de cicatrização e reduzir o risco de incontinência.
- Exemplos: LIFT + laser ou retalho mucoso + laser.
- A escolha depende das características da fístula e da experiência do cirurgião.
Importância do Seton em Fístulas Complexas
Em casos de fístulas complexas, extensas ou com trajeto espesso, muitas vezes a primeira etapa do tratamento é a colocação de um seton (sedenho).
- Essa estratégia permite manter a fístula drenada, reduzir a inflamação local e preparar o trajeto para uma cirurgia definitiva em segundo tempo.
Considerações Finais
Cada fístula é única e a decisão do tratamento também deve ser.
O objetivo sempre é equilibrar a cura da fístula com a preservação da função esfincteriana e a qualidade de vida do paciente.
Procure sempre avaliação individualizada com um coloproctologista para definição da melhor estratégia de tratamento.
Perguntas frequentes (FAQ)
A fístula anal pode fechar sozinha?
Não. Diferente de um abscesso, a fístula geralmente não cicatriza espontaneamente e requer avaliação cirúrgica.
Qual é o melhor tipo de cirurgia para fístula anal?
Não existe uma única técnica ideal. A escolha depende do tipo de fístula, sua relação com o esfíncter e o histórico do paciente.
Toda cirurgia de fístula anal causa incontinência?
Não. Muitas técnicas modernas buscam preservar o esfíncter. O risco de incontinência depende da complexidade da fístula e do procedimento escolhido.
O laser pode ser usado no tratamento da fístula?
Sim. Existem técnicas a laser que cauterizam o trajeto, com menos dano tecidual. Contudo, o sucesso depende do tamanho e da posição da fístula.
O que acontece se eu não operar uma fístula anal?
A fístula pode causar infecções recorrentes, dor, secreção crônica e formar novos trajetos, tornando o tratamento mais complexo no futuro.