Fatores de Risco
Alguns fatores aumentam a probabilidade de desenvolver câncer de canal anal:
- Infecção persistente pelo HPV (Papilomavírus Humano).
- História de condilomas (verrugas genitais/anais).
- Imunossupressão, como em pessoas vivendo com HIV, pós-transplantados de órgãos sólidos ou portadores de doenças autoimunes em uso de imunossupressores.
- Tabagismo.
- Mulheres que tiveram diagnóstico de NIC (neoplasia intraepitelial cervical) ou câncer de colo do útero associado ao HPV.
Importância da Prevenção
A prevenção do câncer anal passa principalmente pelo controle do HPV.
- O uso do preservativo reduz o risco de transmissão.
- A vacinação contra o HPV é uma das medidas mais eficazes e está disponível pelo SUS para adolescentes e alguns grupos de risco.
- O diagnóstico e tratamento precoce de lesões precursoras, como a neoplasia intraepitelial anal (NIA), podem evitar a evolução para o câncer.
Rastreio: Quando e Como Fazer?
O rastreamento não é indicado para toda a população, mas sim para grupos de maior risco:
- Pessoas vivendo com HIV.
- Pessoas que praticam relação anal receptiva.
- Pacientes com lesão de colo de útero ou que já tiveram diagnóstico de câncer associado ao HPV.
- Pessoas com imunossupressão prolongada (pós-transplante ou doenças autoimunes em uso de imunossupressores).
Métodos utilizados no rastreamento:
- Exame proctológico: inclui inspeção anal e toque retal, avaliando alterações locais.
- Citologia anal: exame semelhante ao Papanicolau, que detecta alterações celulares sugestivas de lesões precursoras.
- Anuscopia de Alta Resolução (AAR): permite visualizar a mucosa anal de forma detalhada e realizar biópsias de áreas suspeitas.
Sintomas de Alerta
Procure avaliação médica caso apresente:
- Sangramento anal persistente.
- Dor ou desconforto na região anal.
- Presença de nódulo ou massa anal.
- Coceira anal persistente.
- Secreção anormal na região.
Considerações Finais
O rastreamento do câncer de canal anal deve ser direcionado a grupos de risco específicos, utilizando métodos como citologia anal e anuscopia de alta resolução.
A prevenção continua sendo a forma mais eficaz de reduzir casos, especialmente com a vacinação contra o HPV e a adoção de hábitos de vida saudáveis.
Um dos maiores estudos já publicados sobre o tema, o ANCHOR Study, demonstrou que tratar lesões precursoras em pacientes vivendo com HIV reduziu significativamente a progressão para câncer anal.
Para mais informações, acesse também a International Anal Neoplasia Society (IANS), referência mundial em prevenção e rastreio do câncer anal.
Se você faz parte de um grupo de risco ou tem dúvidas, procure avaliação com um coloproctologista para definir a melhor estratégia de acompanhamento.
Perguntas frequentes (FAQ)
O câncer de canal anal é comum?
Não. É considerado um câncer raro, mas sua incidência tem aumentado, principalmente em grupos de risco como pessoas vivendo com HIV ou imunossuprimidos.
Quem deve fazer rastreamento para câncer de canal anal?
O rastreamento é indicado para grupos de risco, como pessoas que praticam relação anal receptiva, pacientes HIV positivos, imunossuprimidos e mulheres com lesão de colo de útero associada ao HPV.
Como é feito o rastreamento do câncer de canal anal?
Pode incluir exame proctológico, citologia anal (similar ao Papanicolau) e anuscopia de alta resolução, que permite biópsia de lesões suspeitas.
A vacinação contra HPV ajuda na prevenção do câncer anal?
Sim. A vacina contra o HPV é uma das medidas mais eficazes para reduzir o risco de câncer anal, além de proteger contra outros cânceres relacionados ao vírus.